Sucesso à brasileira: desafios femininos no mercado brasileiro

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Para compreendermos o que as jovens de hoje querem nos dizer vale a pena relembrarmos pontos cruciais da trajetória do feminino. E nosso pano de fundo começa quando as mulheres deixaram de ser invisíveis fora do lar. Se analisarmos as mudanças que ocorreram em nossa sociedade nas últimas cinco décadas vamos reconhecer que foi a mulher a detonar boa parte delas. Porque era quem precisava se mexer.

Coube à geração que veio antes da minha, a que estava com 20 anos na década de 1960, lançar um chamado geral por equidade, deixando claro que não pedia nenhum favor. Precisavam participar da economia, entrar nas empresas, votar. A vida de todos daria um salto de qualidade. Porque pensar em responsabilidade social, em questões ambientais, em oportunidades para a comunidade sempre foram características socialmente construídas para serem femininas. Como se o mundo precisasse desse nosso jeito empático de ser abraçado, desse nosso DNA cuidador.

As jovens da década de 1960 alavancaram um processo de correção de desigualdades, mas que ainda não acabou. Em todos os lugares, inclusive no Brasil, existia uma cultura machista forte que vem enfraquecendo, mas ainda exige atenção. As mulheres representam 47% da nossa força de trabalho ativa de acordo com estimativas de fevereiro de 2016 do IBGE, o censo oficial do país, mas ganham 23% menos que os homens e só ocupam 3% dos cargos de CEO. Esses números refletem uma desigualdade de gêneros ainda maior se considerarmos a educação formal.

O Censo de 2012 mostrou que as brasileiras somam 60% da população com bacharelado e obtêm 51,1% das graduações. O mais impressionante: a estatística mostra que, quanto mais estudam, maior é a lacuna salarial. Pode isso? Como ponto positivo, temos maior presença das jovens em posições e carreiras que não são tipicamente femininas. Um dos exemplos mais emblemáticos está na profissão de piloto de avião, com mulheres ampliando a atuação do atendimento a bordo para o comando da aeronave e da tripulação.

É o caso da catarinense Elisa Rossi e da paulista Angelita Araújo. Na Força Aérea Brasileira, em 2015, já havia mais de 10 mil delas em funções como piloto de combate e comandante de organização militar. E ainda há o esforço de empresas mais conscientes dessa boa qualificação para promoverem incentivos específicos para formar mais engenheiras, programadoras e cientistas, por exemplo. Caso da Boeing Brasil, da Goldman Sachs e da L’Oréal, respectivamente. Mas só isso não nos satisfaz. Precisamos de mais, e mais rápido.

Esse grupo de mulheres que está chegando agora ao mercado de trabalho brasileiro, com 20 e poucos anos, pelo qual eu me interessei, sabe que enfrentará batalhas. A diferença é que elas não correm mais para se afirmar perante os outros. Talvez a geração da mãe delas tivesse que mostrar que podia, que era capaz, e, para isso, tinham que bater na mesa e falar grosso, imitando códigos masculinos vigentes nos negócios, para se impor. Agora está provado que a mulher, do seu jeito, pode liderar, pode se dar bem, pode trazer resultados etc.

Mesmo assim, ainda encontra na sua jornada de felicidade diversas barreiras, que têm a ver com o jogo equilibrista. As jovens já nasceram num contexto em que as desigualdades estão descortinadas, o que facilita que ocupem mais e mais espaços. No entanto, olharam o enorme esforço de suas mães para dar conta de tantos interesses pessoais e profissionais perfeitamente (o equilibrismo da minha geração) e acharam que podem fazer diferente. Isto é, se replicarem o pensamento de que tudo na vida é importante e que não podem deixar nenhum pratinho parar de girar nunca, será muito difícil evoluir. Felizmente, as jovens estão no caminho de estabelecer escalas de prioridade. Pelo menos reivindicam essa liberdade de escolha.

Este artigo é um trecho do livro “Garotas Equilibristas – O projeto de felicidade das mulheres que estão chegando ao mercado de trabalho”, de Cecilia Russo Troiano, lançado em 26 de outubro, no Unibes Cultural, em São Paulo. A obra já está disponível na Cultura e na Travessa. 

Fonte: http://www.administradores.com.br

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