Artigo inspirado no filme Click
Ter um super controle remoto da vida, de preferência universal, deve ser extraordinário.
Possuir um aparelhinho na mão que permite ligar e desligar tudo, acelerar ou até retroceder cenas da nossa vida. Até mesmo para momentos que a gente gostaria de descartar e também para colocar em “câmera lenta” o que há de melhor na vida.
Imagine poder evitar ou acelerar o fim daquela visita indesejável. Repetir quantas vezes quiser aquele encontro dos sonhos. Abaixar o volume do pagode do vizinho. Colocar legenda em alguém falando chinês ou outra língua qualquer. Ah! Seria realmente um sonho.
O único problema de um controle como esse é quem o opera saber fazer as escolhas certas. Afinal, nem sempre o que entendemos como prioridade é o que vai nos proporcionar felicidade e prazeres verdadeiros.
Na realidade, sabemos que a vida flui incontrolavelmente, foge de nossas mãos em um piscar de olhos, que somos seres vagando entre o nascimento e a morte. No entanto, estamos aqui por alguma razão. Somos cocriadores do universo, estamos nos lugares e situações que nós mesmos nos colocamos. Estamos hoje, criando nosso futuro e isso começa no pensamento.
“Controlar o nosso próprio pensamento é a única tarefa possível, o resto é perda de tempo”.
Talvez esse seja o grande segredo para se libertar das amarras do controle.
O controlador no controle
A vida sem “controle remoto” é assustadora para muitas pessoas que acreditam ter essa habilidade de controlar todos os acontecimentos de sua vida.
O problema é que nem sempre percebemos que controlar tudo é uma fantasia. Um propósito irrealizável que, quando esquecido, dá lugar a uma série de comportamentos malsucedidos que só atraem ondas de ansiedade.
Geralmente, não toleramos muito bem a incerteza, assim como a frustração referente às expectativas que tínhamos depositado em algo ou alguém. Principalmente quando não são cumpridas da forma como gostaríamos.
Primeiro, porque nem tudo depende de nós, como sabiamente disse o filósofo grego Epicteto “Das coisas existentes, algumas são encargos nossos, outras não.”
Tudo está em movimento e existem centenas de fatores além do nosso controle. O que está vivo muda constantemente. Hoje avistamos um caminho e amanha outro. A única coisa da qual temos certeza absoluta é a morte. A vida, por outro lado, se desenrola entre incertezas e fluxos inesperados.
O controlador geralmente quer de verdade o melhor para os outros e pauta suas ações por critérios como responsabilidade e cuidado. Só que erra a medida e invade o espaço alheio, às vezes sem se dar conta. “O controlador tolhe a criatividade dos outros porque precisa fazer as coisas de acordo com os padrões dele”.
O controlador nunca relaxa. Dorme mal, vive com os músculos tensos, tende a ter a pressão arterial alta, a respiração e os batimentos cardíacos acelerados e passa por uma tempestade emocional quando não se sente no controle.
Libertando-se das amarras do controle
Viver um dia de cada vez, talvez esse seja o grande segredo para se libertar das amarras do controle.
O controlador também precisa sair do seu próprio casulo o controle, que é feito principalmente de prazer de exercer o poder, insegurança e medo de sentir dor. E uma das melhores maneiras de rompê-lo é delegando responsabilidades, mesmo que para isso seja necessário instruir as pessoas a agir da forma que ele julga correta.
Outra sugestão é ter uma conversa franca consigo mesmo para se conhecer melhor, se questionar através de perguntas simples como:
– Qual é a necessidade que tenho de manter todo esse controle?
– O que estou afirmando para mim mesmo?
– Qual o custo desse comportamento para mim?
– O que está acontecendo fisiologicamente e emocionalmente comigo?
– Será que estou tendo prazer com o que faço?
Esqueça as normas rígidas sobre você mesmo, os demais e o mundo: nada, ou quase nada, vai sair exatamente como queremos. Ficar chateado, deprimido ou ficar ansioso por aquilo que escapa do nosso controle é uma perda de energia e de tempo.
Responsabilize-se por você mesmo: a boa notícia é que você pode, sim, controlar a si mesmo, então comece a fazê-lo desde já. A realidade pode ser observada por muitos ângulos, e você também pode se esforçar para ser um pouco mais flexível e parar de se importar tanto com tudo.
Isso tudo, é claro, sem chegar a um estado de desinteresse… que na realidade é outra maneira de ser controlado pelo medo.
Quando aceitamos viver no Amor e na Paz, desfrutamos da harmonia do silêncio e da quietude da Alma. Não temos controle da vida, porém posso viver no Amor e na Paz, pois isso depende somente de mim, enfim o Amor e a Paz estão disponíveis pelo Criador.
Para sermos mais saudáveis a nível psicológico, é conveniente aprender a tolerar a incerteza e a frustração. Interiorize a ideia de que não há nada que você possa controlar além de você mesmo e você se tornará uma pessoa flexível e emocionalmente forte, capaz de desfrutar do que tem em suas mãos.
Desejo um controle equilibrado em sua vida
Coach Silmara
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