Alimentos Antiinflamatórios

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Os alimentos antiinflamatórios facilitam a perda de peso entre outras vantagens. Também combate a celulite que nada mais é do que uma inflamação.

O sistema imunológico humano possui uma série de mecanismos inteligentes, capazes de ativar um exército de células e de reações químicas em defesa do organismo. Embora pareça um problema, uma inflamação específica de tecido ou de um órgão é, em muitos casos, a resposta da imunidade contra vírus, bactérias, produtos químicos e outras agressões externas.

Durante o desenvolvimento do processo inflamatório, o sistema imunológico desencadeia várias mudanças metabólicas, celulares e hormonais, responsáveis por enviar ao local lesado anticorpos defensores de complicações. Essa reação em cadeia ocorre com maior ou menor intensidade conforme a resistência do indivíduo, adquirida em grande parte por uma alimentação adequada e rica em nutrientes ‘antiinflamatórios’.

Cientistas, nutrólogos e nutricionistas explicam que algumas substâncias, como o ácido graxo ômega 3, a alicina, a antocianina e a vitamina C, são classificados dessa forma pois têm capacidade de aumentar a secreção de alguns hormônios que inibem e/ou bloqueiam a ação inflamatória para reparar uma lesão.

“O processo inflamatório serve como barreira do organismo para microrganismos nocivos não penetrarem nas mucosas e feridas e comprometerem a saúde. E os alimentos têm papel importante nesse processo, pois ajudam a fortalecer o sistema imunológico e o equilíbrio de todas as funções básicas do organismo”, afirma Roseli Rossi, nutricionista especialista em Nutrição Clínica, ao acrescentar que, atualmente, muitos  estudos estão em desenvolvimento no mundo para explicar a atividade anti-inflamatória de alguns compostos existentes nos alimentos.

Os pesquisadores relatam que a quantidade de agentes fitoquímicos – vitaminas, minerais e antioxidantes –, de ácidos graxos essenciais, de complexos bioativos e a carga glicêmica dos alimentos são os fatores que conferem maior ou menor capacidade antiinflamatória aos alimentos.

Baseada nesses critérios, a nutricionista norte-americana Monica Reinagel, autora do livro The Inflammation Free – Diet Plan, conseguiu atribuir em suas pesquisas um Fator Inflamatório (IF) a uma série de alimentos, que exercem impacto positivo ou negativo sobre o organismo quando entra na circulação. Na tabela de Reinagel, por exemplo, o alho macerado possui IF positivo de 4939, fator que coloca o alimento no topo dos classificados como antiinflamatórios, já que possui substâncias bioativas com potencial de modular o processo inflamatório. O salmão vem logo em seguida com IF 601, seguido do atum (IF 464) e da cebola (IF 387). Os peixes, em especial de águas frias, são ótimas fontes de ácidos graxos ômega-3, que são convertidos em substâncias semelhantes aos hormônios que reduzem inflamações, assim como o azeite de oliva extravirgem e a semente de linhaça.

“O ômega 3 é um ácido graxo monoinsaturado que colabora com a redução do LDL-colesterol e o aumento do HDL. Com o colesterol em dia, esses nutrientes antiinflamatórios acabam tendo função cardioprotetora também”, informa Roseli Rossi.

 Graças à existência de fitoquímicos como a catequina, esse benefício ao coração também é conferido ao chá verde, extraído da Camellia sinensis e rico em antioxidantes. A nutricionista explica que os nutrientes presentes no chá verde favorecem a menor absorção de gordura e a redução do LDL-colesterol, o que reduz o risco para doenças cardiovasculares.

Conhecendo alimentos antiinflamatórios

Também estão na lista de nutrientes antiinflamatórios a vitamina C, presente nas frutas cítricas e no brócolis; a antocianina existente nas frutas vermelhas como romã, melancia, cereja, morango e goiaba; o licopeno do tomate e a quercetina da maçã, entre outras verduras e frutas que possuem fitosubstâncias com propriedade antiinflamatória.

Probióticos – Considerados alimentos funcionais pelas autoridades de saúde do mundo inteiro, os alimentos probióticos – a exemplo do leite fermentado Yakult com Lactobacilos casei Shirota – contêm bactérias que oferecem diversos benefícios à saúde, com destaque para a ação antiinflamatória do intestino. Esses microrganismos colonizam e participam da proteção do aparelho digestório, diminuindo a concentração e a ação de bactérias patogênicas. “Junto com as fibras, os alimentos probióticos favorecem a melhor digestão e a eliminação de substâncias tóxicas do organismo, e aumentam expressivamente o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos, fato que ajuda a fortalecer a imunidade”, destaca Maria Del Rosário, médica nutróloga e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia – Regional Santa Catarina (Abran-SC).

Desequilíbrio nutricional

Assim como a Ciência busca explicar a ação antiinflamatória de alguns nutrientes, os pesquisadores também alertam para a inflamação anormal, de ordem patológica e crônica, como a obesidade, o diabetes e outras doenças, que podem ser favorecidas pelo consumo de substâncias inflamatórias presentes em alguns alimentos. Batata assada, batata frita, bolos, biscoitos, trigo branco e farinha integral são alguns exemplos de alimentos com alto índice glicêmico e que estimulam a inflamação anormal. “Ainda há muito o que estudar e comprovar a respeito. O que se sabe é que, no mundo atual, há um grande desequilíbrio no consumo de substâncias biologicamente ativas e compostos inflamatórios, como os produtos industrializados, ricos em gordura trans que causam diversos transtornos alimentares”, alerta Maria Del Rosário.

O nutrólogo do Instituto de Metabolismo e Nutrição (Imen) e médico do Hospital do Coração (HCor), Carlos Daniel Magnoni, lembra porque os desnutridos e pessoas com deficiência imunológica apresentam menos quadros inflamatórios. “A aterosclerose é o exemplo claro de inflamação nas artérias e vasos provocada pelo excesso de gordura no sangue. Isso aumenta os riscos para o ser humano ter problemas coronarianos”, enfatiza o médico, ao acrescentar a necessidade de a população manter uma alimentação que contenha nutrientes moduladores da resposta inflamatória do organismo.

Roseli Rossi acrescenta que a área da nutrição está em evolução e cada vez mais a Ciência busca dados sobre como os alimentos podem ajudar na prevenção e tratamento de doenças. “Assim como as doenças cardiovasculares, outros problemas poderiam ser evitados com essas medidas simples e a redução de fatores agressores à saúde. Nesse caso, os médicos, que têm papel fundamental na orientação dos pacientes, deveriam se informar mais sobre quanto os alimentos são essenciais em um tratamento”, ressalta.

Crédito:

Dra. Juliana Rossi Di Croce – Nutricionista (CRN 40228/P)

Dra. Roseli Rossi – Nutricionista (CRN 2084)

Clínica Equilíbrio Nutricional

Tel. (11) 2672-7300

E-mail: equilibrio@equilibrionutricional.com.br

Site: www.equilibrionutricional.com.br

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